Um dos doramas mais falados recentemente foi Radio Romance (Romance de Rádio, em sua tradução brazuca). Resolvi embarcar nessa série pois a ideia de trazer como pano de fundo a história da vida de pessoas que trabalham no rádio realmente me atraiu, conhecia pouco o trabalho dos atores (apesar de gostar bastante de Yoon Doo-Joon em Splash Splash Love), e, é claro, aproveitei para trazer pra vocês uma review super sincera de tudo que achei, por isso resolvi trazer uma lista do que, na minha opinião, funciona ou não, pra você que está em dúvida sobre se ele merece entrar na sua lista ou ainda, pra você, que já viu, dizer se concorda ou discorda.
Roteiro e produção
O pano de fundo é, como eu esperava, muito interessante, e nos primeiros episódios chega a ter seu espaço, sendo uma ótima forma de mostrar Ji Soo-Ho se abrindo e crescendo à medida que cada programa lhe propiciava uma nova experiência, porém, logo o tema fica de canto e a rádio se torna só um meio dos pombinhos provarem seu amor um pelo outro.
Seu núcleo tem um desenvolvimento fraco, muitas vezes caricato ou com uma comicidade que não acrescenta à narrativa, o único personagem com destaque real, além dos protagonistas, é o produtor Lee Gang, que apesar da personalidade efusiva e exuberante, e seu desenvolvimento como mentor de Song Geu-Rim, que poderia ser o caminho para que ele se tornasse marcante, acaba sofrendo do mal do triângulo romântico, mostrando interesse por ela das formas e nos momentos mais inconvenientes.
Muitas situações são desnecessárias e desagradáveis, como quando Lee Gang e Ji Soo-Ho numa disputa pra ver quem vai leva-la pra casa, desconsideram totalmente a ideia de que caberia a ela escolher e, no meio da confusão, ela é empurrada e cai.
Porém o roteiro é certeiro nas cenas e situações que Ji Soo-Ho precisa enfrentar com relação a sua família, as cenas tem o peso e carga dramáticas na intensidade certa para fazer com que torçamos para que ele quando enfrenta o desafio de viver além do que é esperado. Assim como as cenas que retratam como os protagonistas se relacionavam no passado, que são doces e delicadas, deixando a relação no futuro com um base muito mais firme e servindo como justificativa para Song Geu-Rim o compreender num nível que as outras pessoas não conseguem.
Personagens
Pra começar, vamos falar dos personagens, neste tópico preciso dizer que cheguei a conclusão de que quase todos eles podiam ser melhor desenvolvidos ou aproveitados. Enquanto o protagonista, Ji Soo-Ho, é o clichê do herói com um passado triste que o distanciou das pessoas e normalmente só se destaca nas cenas no núcleo familiar, a protagonista, Song Geu-Rim, carece de qualquer coisa que a individualize, sabemos seu sonho, sua paixão, mas ainda sim, ela permanece genérica a maior parte do tempo.
Já os personagens que os circundam são subaproveitados. Ao redor de Ji Soo-Ho, temos seu gerente, Kim Joon-Woo, que é como uma sombra na maior parte do tempo e que mesmo quando ganha algum destaque é de forma bastante simplista; Jason, seu psicólogo e amigo desde a adolescência, com uma personalidade confusa, que parece tentar gerar algum mistério, mas falha e Jin Tae-Ri, que é a única que parece ter chances de se desenvolver, ao até se revelar para além da rival clichè que jura amar o protagonista e adora infernizar o casal, e mesmo assim, morre na praia, por não conseguir espaço para ter suas motivações mostradas com mais profundidade.
Já do lado de Song Geu-Rim, as coisas são ainda piores, temos o produtor que fecha um triângulo amoroso tão desnecessário que incomoda, já que na maior parte do tempo não se destaca na narrativa e nas poucas vezes que vem a tona não gera impacto; suas companheiras de trabalho, que praticamente deixam de existir durante o dorama; sua antiga superiora que sempre se aproveita dela, quase se tornando uma vilã - mas apenas quase mesmo - e sua mãe, que parece uma tentativa bem furada de sensibilizar o público.
Os personagens que conseguem se destacar são os dos núcleo familiar do protagonista, e algumas das melhores cenas pertence a eles. É interessante ver como conseguiram fazer com que a atitude apática e conivente do pai se mostrasse muito mais cruel e destrutiva do que a atitude dominadora da mãe, que carrega consigo uma relação muito bem elaborada de vítima e algoz.
Relações
Mais bacana ainda é ver que ele faz tudo de forma consciente e se mostra sempre pronto para lidar com as consequências, por mais que ele seja infantil e até inconsequente as vezes, quando se trata de lidar com sua ‘família feliz’, ele não hesita ou cede, seja as chantagens da mãe, aos conselhos tortos do pai, ou ainda, a pressão imposta por Jin Tae-Ri.
Porém a maioria das outras relações ficam nas linhas mais básicas, como a relação entre Kim Joon-Woo e Jin Tae-Ri, que deixou uma forte vontade de que tivesse tido mais tempo de tela para se desenvolver mais detalhadamente, e outras que são tão menosprezadas que nem despertam o interesse, como a de Song Geu-Rim com a mãe e as ‘amigas de trabalho’.
Já a relação principal, entre Ji Soo-Ho e Song Geu-Rim também deixa a desejar. Ela claramente perde o foco em seus objetivos com o aparecimento dele, enquanto ele, por vezes, é ciumento e grudento de uma forma bem infantil. Sem falar que os atores carecem de química, por vezes a troca de carinho deixa perceptível que os atores não estão a vontade (ficava mais obvio ainda quando comparava com a skinship entre Yoon Doo-Joon e a protagonista de Splash Splash Love).
O ponto positivo é que quando a relação entre eles se firma, o roteiro não fica inventando motivos para separá-los, seja por atitudes de terceiros, seja deles mesmos.
Conclusão
A cada coisa que me fazia pensar ‘isso é bacana’, uma sequência de outras bem desagradáveis se sucedia. Foi frustante ver tanto potencial perdido e como gastaram tempo pra alimentar situações e cenas que não acrescentavam ou aprofundavam a história, não me apeguei a protagonista, ou a relação dos dois, pois estava mais interessada em ver Ji Soo-Ho tomar o controle da própria vida, fosse através do rádio, através do romance ou de qualquer outra forma. Só posso dizer que ao final, o sentimento era esse:
Bom, é isso, não deixe de comentar e até a próxima!
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